Os Ciclomáticos no Globo Tijuca

Teatro Ziembinski está sob nova direção



Ribamar Ribeiro planeja espetáculos a preços populares, cursos e exposições para atrair o público tijucano




Ribamar Ribeiro à frente do Ziembinski
FOTOS: EDUARDO NADDAR

Maquinista da arte. É assim que o novo gestor do Teatro Ziembinski, Ribamar Ribeiro, apresenta-se ao grande público. Do sonho infantil de ser maquinista ou artista, ele garante ter juntado as duas profissões e parte para um desafio junto com a companhia que dirige, Os Ciclomáticos: revitalizar o espaço e trazer o público tijucano de volta. Para isso, ele tem muitas ideias: cursos, espetáculos a preços populares, exposições e muita arte. Em sua estreia na direção, ganhou prêmio no Festival de Teatro de Rio das Ostras pela montagem de “Bodas de sangue”, de García Lorca. Para ele, o teatro é muito mais que um entretenimento. É um modificador social poderosíssimo. O ator, professor, sociólogo, diretor e agora gestor pede passagem e avisa que o show vai começar.
Ribamar é assim. Diz que viveu mil anos em apenas 33 e coleciona histórias engraçadas para contar, todas sobre o que já fez por causa de peças e personagens. Dedicado, estudioso e apaixonado, vive no teatro desde os 8 anos de idade e garante respirar arte até hoje.
— Eu comecei a fazer teatro na igreja, lá perto do Jacarezinho. Depois atuei no Colégio Estadual Central do Brasil, no Méier. Com 16 anos, fui para o Tablado e me especializei. Quando cursava Sociologia na Uerj, participei de um projeto teatral e cursei interpretação no Senac, onde dou aula. Toda a minha história no teatro passa pela Zona Norte. Por isso, quis pensar em projetos legais para o Ziembinski. Sou Zona Norte com orgulho — conta ele, que nasceu no Jacarezinho e mora no Irajá.
Ribamar acredita que o teatro tem que contar com uma integração com a comunidade, pois assim estará exercendo um papel transformador. Com a ideia de mudar a sociedade por meio da arte, Os Ciclomáticos montaram cursos profissionalizantes, como interpretação, iluminação e maquiagem.
— Os espetáculos montados pela nossa companhia terão preços populares. Além disso, vamos sempre pensar em exposições que complementem as peças ou que possam entreter o público antes e depois das apresentações — conta o novo gestor do Ziembinski.
Parceria será uma palavra de ordem da nova gestão. Quanto mais variadas, melhores.
— Queremos levar arte a todos. Para isso, vamos fazer parcerias com as UPPs da região, com a Secretaria de Educação e com quem mais quiser ver um teatro de qualidade. Queremos somar cada vez mais — enfatiza Ribamar.
O novo gestor acredita tanto na função social do teatro que coordena dois projetos de inclusão pela arte. Um deles é o Centro de Teatro de Irajá (CTI), por onde já passaram mais de 400 crianças. Além disso, Os Ciclomáticos se apresentam em cidades pequenas, onde não existem teatros.
— Eu acho que o teatro é um modificador social. Pela arte, ensinam-se valores poderosos. Uma vez montamos uma peça que tinha cenas homossexuais numa cidade do interior e a aceitação foi incrível. O teatro mostra sem agredir, quebra barreiras. É muito importante por isso. Ouvi muito pessoas dizendo que não tinham roupa para ir ao teatro. Teatro não tem roupa, você pode ir até pelado — conta Ribamar, que promete desmistificar a ideia de que as peças são para gente rica. — Teatro é coisa de gente, qualquer um.
Com esse sonho e as ideias democráticas, Ribamar pede licença para entrar no palco tijucano.

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